quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

De volta do vale


Ás vezes acordo imersa em uma nostalgia, não consigo definir, uma saudade, uma tristeza sem motivo, quero ficar quieta, comigo apenas.
A mente não deixa, diz que preciso estar sempre bem, essa obrigação moderna de ser feliz me cansa, esqueço por alguns segundos que sou lua, que sou água e preciso mergulhar em minhas profundezas.
Depressão, a incapacidade de adentrar no vale de mim mesma, de respeitar meus ciclos, ficar triste e chorar é vital para renovar as águas do meu corpo, limpar minhas emoções ou apenas encontrar a face da mulher sábia dentro de mim.

Quando me permito fazer isso de uma maneira consciente, seja na lua mingante, seja nas vésperas do meu sangue fluir ou quando acordo assim e respeito meu momento, minha alma agradece porque é ouvida e sentida.
Coloco as canções apropriadas, um filme triste e aproveito, aceito e agradeço.
Assumo a responsabilidade por meus sentimentos, sem culpar ninguém, pois ninguém além de mim é responsável por me fazer feliz ou triste, estou onde poderia estar, então fico no momento.

Entro no vale, banho me nas águas doce, sinto meus pês tocar as pedras, mergulho até ficar sem ar, quando retorno ... Lambo minhas feridas, reconheço minha sombra e a saúdo, trago a força do ventre da Mãe Terra, pois sei que nesse momento estive em seus braços, volto a sentir aquele amor, que apenas eu posso sentir por mim.
O ciclo muda, a sensação passa e minha essência feliz por ser ouvida e respeitada, acima das demandas do mundo.
Olho para o espelho, estou de volta, mais forte, mais conhecida, mais serena e partilho o melhor de mim.

Asha








2 comentários:

  1. Simples e mágico assim. Sentimentos mutáveis e únicos....

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  2. Divino!!! Que nesse momento minha Deusa renasça com força fé e a certeza de que voltou mais forte, Namastê.

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