terça-feira, 24 de outubro de 2017

A face menina da Deusa


A face menina da Deusa, é a primeira que vivemos, aquele conchego de ter o pai herói e a mãe rainha, quase sempre protegida e muito mimada.
O período mais curto cronologicamente e mais comprido emocionalmente, a menina não quer crescer.
A menina imita a mulher, ela tenta ser, ela quer sempre agradar, esconde uma profunda insegurança e falta de aceitação. Busca aprovação, por isso tão boazinha.
A menina é carente, melancólica e muitas vezes deixa a menina má aparecer, mas longe dos olhos de todos, pois a imagem que precisa passar permanece preservada.

A menina quando autêntica vive essa fase, sem querer ser nada além de uma moleca que brinca com a vida, que não tem pressa pra crescer, que sabe que um dia vai sair da barra da saia, mas espera o momento. Ela carrega uma pureza e está livre para errar e rir, rir muito de si mesma.
Em um belo rito de passagem preparado pela vida ela vai crescer e se tornar uma mulher, é doloroso quase sempre, pois assim como uma borboleta a deixar seu casulo, a menina precisa virar mulher.
Assumir suas vontades, ser autentica, sem precisar da aprovação de quem quer que seja. Ela apenas é! Algumas de nós fica muito tempo na menina, com medo crescer, de ser a mulher que é, de abrir as asas e voar.

A menina pode voltar, pode querer um colo ás vezes, podemos também manter a pureza, mesmo depois de perdê-la no rito de passagem. 
Ela vive dentro de nós e tem aquela alegria e aquele olhar sem maldade.
A menina dentro da mulher é tão delicada, a mulher dentro da menina é tão surpreendente.

São faces da mesma fêmea!
A menina tenta ser, a mulher já é
A menina compete, a mulher silência
A menina quer agradar, a mulher permanece autentica
A menina fica insegura, a mulher encontra em si sua segurança
A menina está protegida, a mulher confia na vida
A menina se esconde, a mulher se entrega.

Vem menina, vamos crescer?!

Asha (Juliana Alves Teixeira)







domingo, 22 de outubro de 2017

Eva x Lilith

 Vivemos sempre a influência de mitos, e como mulheres ocidentais em sua maioria de formação cristã*, habita dentro do nós o mito de Eva e o arquétipo da mulher boazinha, obediente ao homem e exemplo na sociedade.
Porém a estória esconde um outro arquétipo: O da Lilith, segundo escrituras, a primeira mulher a habitar o Jardim do Éden, diferente de Eva, Lilith não se importa com as máscaras de sociedade alguma, é a mulher selvagem em essência, independente e empoderada.

 Eva seria nossa luz, a face que mostramos, a mulher educada para fechar as pernas, para não usar saia na presença de meninos, para brincar com meninas, para casar virgem, ter filhos, marido e seguir as "regras". De uma maneira mais intrínseca temente à deus, pecadora, culpada por sentir prazer, por ignorar seus sentimentos, desejos e negar seu corpo.
Claro, são memórias inconscientes e ancestrais, registros do que nossas antecessoras passaram, nos influenciando nos dias atuais.
Lilith a sombra, a face negada, a que sobe em árvores como menino, a que adora olhar pra lua desde criança e tem um ímpeto de dançar, a que gosta do sangue menstrual, mesmo ensinada que tinha que escondê-lo.
A que prefere a companhia da natureza e dos animais, a que sente liberdade com o vento em seus cabelos quando corre ou balança.
A desajustada, a diferente, a que não se encaixa e ou não se comporta.
A mulher livre, a dona de si, a que quer e vai ser diferente de sua mãe, a que quer um filho independente, a que aprendeu a se amar e a dar a si o que precisa.

 Conseguiu encontrá-las dentro de ti?! 
O desafio agora é integrá-las, colocar frente a frente essas duas energias/mulheres e dar um longo e poderosa abraço.
Entender que ambas nos compõe e que precisamos das duas, pois Eva demais nos faz ficar submissa, insegura e perdida e Lilith demais, nossa! Não queira despertar, é avassaladora! Precisa vir para impor limites, para nos levantar quando caímos, para nos lembrar quem somos, porém com consciência e na lua cheia, que é o reino dela.
Dar passagem a essas energias conscientemente, saber o momento de cada uma e integrá-las dentro de nós, faz com que sejamos inteiras.

 Essa totalidade é alcançada quando mergulhamos em ambas, quando tentamos nos enquadrar e falhamos, nossa alma pede a liberdade.
Normalmente vamos de um extremo ao outro ou passamos uma vida toda segurando a mulher selvagem dentro de nós, domesticando-a. 
Nocivo também quando vivemos uma vida à parte seja em nossa mente ou na realidade, onde soltamos essa selvagem para ser o que é, e depois caímos em culpa.
Elas precisam ser reconhecidas e aceitas, liberadas e integradas.
Esse equilíbrio vem com a maturidade, quando já não precisamos mais ser para fora e sim para dentro. Então, abraçamos e acolhemos tudo o que somos e nos tornamos una.

*Cristianismo: Religião predominante no Ocidente

Asha (Juliana Alves T.)
Outubro de 2017








sábado, 21 de outubro de 2017

Limpeza ancestral do útero

Sabemos que nosso útero guarda muitas informações, todo nosso corpo emocional responde a partir desse centro (segundo chakra).
Muitas vezes sobrecarregado nos trazendo crises de tpm, desiquilíbrios diversos na parte física, rins, bexiga e no próprio útero e vagina.
Parar para escutar e respirar nosso útero nos faz dar a devida importância e atenção que ele merece ... Sentir, visualizar e limpar.
Ele também guarda a informação energética de todas as pessoas que nos relacionamos sexualmente, e isso fica influênciando e dificultando a liberação do passado e abertura para o novo.
Ele guarda também memórias de nossas antepassadas, padrões de comportamento, de sentimentos, algumas repressões sociais, familiares e religiosas, dependendo da sua árvore genealógica.
Essa limpeza pode ser feita a cada seis meses, mentalizando a liberação dessas três situações acima: Cargas emocionais, liberação de relações passadas e memórias ancestrais. 

Ritual de limpeza (Uso externo na lua minguante)

Ervas frescas: arruda, artemísia, sálvia, espada de Santa Bárbara, alfazema, guiné. E ou óleos essenciais da mesma planta.
Bacia 
Água quente
Vela branca

Acenda a vela branca e peça para que a Deusa anciã e ou suas ancestrais ajudem nesse processo.
Ferva a água e deixe as plantas frescas e limpas dentro da bacia. (pode macera las antes se preferir.)
Coloque a água quente e tampe a por alguns minutos.
Depois tire sua roupa e deite com a bacia ao lado, com os pés para o lado da porta.
Mentalize as situações acima.
Molhe suas mãos nessa água e faça movimentos que saem dos ovários para o útero e dele para as pernas.
Visualizando uma chama violeta consumindo ou entregando para água ou terra, depois de descer pelas pernas. Sinta o elemento que te ajuda.
Você pode ter dores, sensações, visões, alívio, choro, deixe tudo fluir...
Faça esse processo com as mãos 21 vezes.
Pode também puxar lá dos seus rins para frente, para limpa los e se sentir de passar na testa, garganta ou coração, faça no início.
Deixe a intuição fluir.

Ao terminar permaneça deitada, respire tranquilamente por alguns segundos.
Levante se tome um banho com aguá e sabonete de glicerina.

Faça uma prece de gratidão. 

Obs: Óleo essencial apenas uma gota.
Deixe a vela queimar até o fim. 
Se dividir a casa com outras pessoas faça no quintal ou em seu quarto.
Ao menos três tipo de ervas.

Relate aqui sua experiência.
Em gratidão Asha.




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Vida



Não posso ser definida

Isso é impossível! 
Por que você sempre está projetando suas expectativas 
E programações em mim
Sou o que você precisa vivenciar no momento 
Sou o que você quiser e criar a partir de você
Faço parte de um padrão seu
Que insiste em se repetir ...
Desconstruindo isso tudo!
Apenas quando encontrar a si mesmo poderá me ver
Como realmente sou 
Quando toda a ilusão tiver sido revelada
Poderá me sentir 
E perceber que somos
Simplesmente um.


Poema antigo sobre a vida
Juliana Alves (Asha)


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O caminho do Sagrado


Para mulheres que estão adentrando no Sagrado Feminino, como iniciar ...


* Você está buscando se curar. Seja honesta consigo.

* Tudo que oferecer terá que passar antes. Todos os processos.
* Entenda que existe níveis de trabalho, respeite a hierarquia espiral.
* Coerência. Não diga a uma mulher que deve ser respeitada, se não o faz.
* Competição, razão, controle, características masculinas. Volte uma casa.
* Não faça, deixe acontecer.
* Entregue seu coração, seu útero e vida para ser um instrumento de Shakti. Ela a conduzirá em suas infinitas formas.
* Acolha todas as mulheres, começando pelas da sua família.
* Honre suas ancestrais.
* Doe seu sangue à Terra.
* Banhe se na cachoeira ou mar, sempre que possível.
* Converse com seu útero. Ele carrega a sabedoria ancestral.
* Esteja sempre em processo criativo.
* Ame a Deusa e a si, acima de tudo.
* Beba água, muita.
* Seu corpo, seu templo, deixe entrar quem for digno de honrar.
* Respeite o espaço de outras mulheres, saiba expandir e retrair quando precisa.
* Siga sua intuição.
* Sempre ofereça flores, na água ou na terra.
* Dance, é a manifestação da gratidão.
* Morra e renasça em cada ciclo. Isso te fortalece.

Asha

Sacerdotisa de Gaia, dos tempos remotos aos atuais.



domingo, 1 de outubro de 2017

Renascimento de Gaia

As brumas pairavam no ar por um longo trajeto, a magia estava envolvendo, respirei profundamente e confiei em todo o processo.
No caminho, as visões mostraram me o que aconteceria, o que teria que fazer ... Meu corpo arrepiava, meus olhos enchiam se de lágrimas e sentia uma energia percorrendo da cabeça aos pés.
O dia que seguiu de preparo físico fui tomada por uma tranquilidade e centramento como se a sabedoria me respirasse.
Sobre mim sendo exigido tudo que podia dar, minha energia, meu templo, meu sangue e quase que minha vida, lembrei que já entreguei me em serviço, estava tudo certo.
Preparos, canções, altares, guirlandas, roupas, tudo digno do evento que viria, porém não estaríamos ali em essência, portais se abririam para nos levar a dimensões mais elevadas.
Chegado o momento, toda a orientação era para elevar a vibração, ficar na dimensão de amor e cura com leveza, e iniciou assim ... Lindas Fadas no jardim, borboletas, flores, elementais, estávamos no céu de Avalon.
Assim era para seguir, mas tivemos interferências, descemos para a grande batalha interna e externa de vencer pequenos prazeres mundanos.
Algumas necessidades de validação, de voltar na infância e a curar, de superar resistências na polaridade contrária, de se sobrepor aos demais, sentimentos pouco virtuosos nos arrastaram para baixo da Terra e a invasão se fez.
Me recolhi em oração e sentindo o peso da humanidade nas costas, respirava, fechava meus olhos e ouvia: - Estamos aqui, fique tranquila, fique conosco, estamos cuidando de tudo.
Equipes internas lutavam para conter, para encaminhar, para calar os reclamantes, guardiões se posicionaram, espadas e flechas, lanças e escudos.
Sustentava em meu corpo, o processo de cada uma e rogava por perdão ... Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata! Estendeu se à todas e em um coro constante saímos da dimensão umbralina em que nos colocamos por fraqueza interna.
Mãe Gaia, sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata!
Tocava a Terra como se a ativasse, em face de Deusa anciã fui coberta por seu manto lilás e guardada de todo o alvoroço ao redor. Havia uma grande guerreira cuidando do meu corpo e da minha alma e liderando tantos outros.
Depois do perdão aceito, uma canção trouxe um alento, nos deixou respirar um ar mais leve, nos levantar, chorar, cantar ... Cura, cura, cura!
As curas e processos seguiram, medicinas de nossa ancestrais, abraços, água, o fogo sagrado, abençoada seja todos os Seres presente conosco.
Encerramos em parte, algumas precisam sair, e a energia dissipar ... A sensação de que não havia acabado era persistente, fiquei em gratidão e oração.
Momento de partilha, e não pude falar, ainda não, não havia acabado ... 
Um lindo portal precisava ser aberto e nós todos transpô lo, a humanidade se elevar e em um rito de passagem entramos.
Dores, desconforto, interferência mental, a batalha recomeça, guardiã em seus postos, processos de sustentação se abriram ao redor.
Abertura em frente ao fogo, posicionamento planetário, massagens com ervas e flores, uma grande curandeira parteira conduzia o processo e outras tantas ajudam nos processos ao redor. Uma irmandade de mulheres, deusas, curandeiras, trabalhando em conjunto por nossa Gaia ...
- "Mãe que eu saiba honrar o ventre de onde eu vim, o ventre em que eu estou e o ventre que há em mim ..."
As treze matriarcas guardiãs da Terra, se colocaram em círculo e emanavam suas bençãos.
Depois de horas infinitas, de exaustão, de respiração, de limites sendo ultrapassados, um grande urro de êxtase e lágrimas de fogo fez renascer nossa humanidade. Do macrocosmos para o microcosmos, diante de nosso olhos e na palma de minhas mãos.
Nunca senti nada parecido, meu coração palpitava, a mente não acreditava e o alívio, a soltura e a respiração em paz.
Agora, eu podia falar ... Mas ainda não acabou.
No dia que se seguiu levamos para a Deusa do mar, as memórias guardadas em uma concha e honrando essa entrega final, uma linda sereia mergulha e entrega em seu colo o futuro da nossa humanidade.
O bálsamo no balanço mar, o vento sobre minha face e sensação de missão cumprida.
Gratidão por testemunhar tamanho amor divino por essa vida, esse planeta, essas pessoas, é amor de Mãe, de todas as Mães nos banhando e nos fazendo renascer.
As Brumas se fecham, estamos de volta ...

Asha
Cerimônia de Primavera 2017













quarta-feira, 28 de junho de 2017

Decreto de Alta Magia

Eu ................... quebro agora todas as maldições, bruxarias e pragas existentes na minha vida e de minhas antepassadas.
Renuncio as falsas irmandades que utilizaram dos segredos da magia antiga para uso desqualificado e não benéfico.
Consagro minha vida aos poderes da Alta Magia Branca do Espírito.
Entregando me para o caminho da luz, da cura e do despertar de todas as minhas irmãs.
Rompo nesse momento a todos os votos, compromissos e pactos nocivos feitos no passado por mim e minhas antepassadas.
Agora sou a mais Pura Magia da Vida à serviço da cura, do amor e de despertar.
Assim é!

canalizado por Asha para cerimônia do sagrado feminino.



domingo, 4 de junho de 2017

Jardim do Édem


Entre esse mundo e o próximo
Existe um momento
Onde encontramo nos
Onde anjos exalam 
O ar que respiramos

Onde a música e a poesia
Permeiam cada detalhe
Ao meio uma fonte
Nas águas puras nos espelhamos

Amoras e tulipas 
Perfumam e embelezam
Os olhos e os olhares
Uma vez mais lhe encontro

Nos perdemos em nós
Nas canções que guardamos e
Nos sonhos que rezamos.

Asha - Juliana Alves T.




sexta-feira, 26 de maio de 2017

A outra dentro de mim

Vamos morrendo aos poucos quando paramos de cantar,de dançar, de tocar ... 
Quando deixamos de fazer o que gostamos, de estar com quem traz aquela sensação de casa, de colo.
Vamos afastando da essência quando mergulhamos no reflexo do outro, quando ele projeta tanta sombra em nós, para que vejamos a nossa.
O brilho vai se apagando para acender e manter uma fogueira na neve em dias tão frios. Vamos morrendo quando não nos olhamos mais no espelho, não nos arrumamos para si mesma, esquecemos a beleza da vida e de si.
Parece um teste, para ver até onde aguentamos ... O corpo não aguenta, ele dói, ele sofre, ele chora, não mais as dores do mundo, mas a dor de si mesma.
De se deixar levar por dias tão iguais, pela falta de paz ...

Vamos indo embora de nós mesmas, deixando aquela velha conhecida tomar posse, sim aquela parte desintegrada que quer ser olhada, aceita e amada.
A parte feia e perversa, a parte negada, a Deusa escura, a mulher ferida, a criança perdida, ela vai e volta, em tantos momentos.
Dessa vez, veio forte, parece que pra ficar, trouxe as malas e algumas nuvens escuras e ficou. 
Não aprendemos a lidar com ela, temos que resgatar as formas de amar o que em nós não é amável e que agora nem podemos mais esconder.
Aceitar e acolher, a única maneira ... Vamos jogar dados, e fazer cócegas uma na outra, vamos chorar juntas e parar de se esconder e se negar.

- Vem cá outra dentro de mim, chega perto, quero te abraçar e dizer que não precisa ficar tão irritada, é normal quando todos te rejeitam e dizem que precisa ser diferente.

Assim, ficamos com ela, e tudo que não for nosso que volte de onde veio, pois não estamos aqui para ser perfeita para ninguém. 
"Sou o que sou, o que quero ser, na luz e na sombra, em casa e na rua, dentro de mim, o que há de errado enfim ..."
Ela se acalma, e sabe que está tudo certo, volta quando os limites são necessários, quando os espaços são invadidos e os abusos não ouvidos.
Fica o tempo que for necessário, não tenho mais pressa que se vá, vou aprender a te ouvir, a te aconchegar no colo, como a Mãe que nunca julga ou a irmã que tudo compreende.

Vamos passear em dias nublados, vamos dançar na chuva, não temos obrigação nenhuma de ser doce, tem dias que podemos ser amargas e azedas, mas não muito porque envelhece nossa pele.
Quero dançar pra lua, entregar nossa sangue à Terra, ficar sozinha, andar descalça, ficar triste e rir muito de tudo quando essa nuvem passar.
Sei que você vai, e também sei que vai voltar, quero aprender a te receber a cada ciclo, assim não brigamos mais.

- Ei você dentro de mim, eu te amo e acolho, do começo ao fim.


Asha
Maio/ 2017












terça-feira, 25 de abril de 2017

Preta Velha

Ela nunca vem 
Preciso ir até ela
Segura seu cachimbo em uma mão
No outra uns ramos 
Essa Velha Preta
Tão Sábia certeira

- Senta fia
Que vou lhe conta
Vou te benze
E te ensina.

Deixa ela trabalhar
Do jeito dela
Peso nas costas
Nada fácil guardar
O que caí sobre seus filhos
Ela reza, limpa com a fumaça, benze com ervas.

Damos graças a Preta Velha, face sábia da Deusa.

Asha






quinta-feira, 6 de abril de 2017

Irmandade




Em ti encontro o que há de melhor em mim
Em ti o ombro, o colo, o olhar que cura
A palavra que liberta
Que traz de volta
Orienta

A mão que segura e algumas vezes empurra
Em todos os momentos a doce presença
Fortalecendo mesmo sabendo
Das jornadas
Curativas

As pedras, as flores e o que mais há no caminho
Suporta junto, chora, reza, aguenta
Sabe que há mais flores 
Frutos para colher
Logo ali

Já não sei se és um anjo ou uma fada, mas posso chamar te de amiga

Gratidão por existir

Asha


Dedicada as flores que estão há perfumar meu caminho e especialmente a ti Daniela Cabral.





terça-feira, 28 de março de 2017

Todas moram em mim


Todas as Deusas moram em mim
Das mais sutis, as temidas
Todas tem seu espaço
E todas se manifestam
São convocadas
Mergulho nelas e elas em mim

Uma furiosa quando os limites são ultrapassados
Quando os abusos se tornam constantes
Sensual e dominadora quando quer algo
Nada a detém, seu alvo certamente será seu
Uma sábia quando precisa de conselho
Com seu manto lilás, seu cachimbo e sua tranquilidade

Elas chegam nas fases da lua 
Nas faces que estou nua
Somente comigo
Elas se mostram
Me preenchem 
E me conduzem

A menina na leveza
Resgatando a pureza
A mulher madura
Impulsiva com seus desejos
A mãe amorosa
No conforto do colo

Todas as Deusas moram em mim 
Me refugio em seu manto
Carrego seu cajado
Empunho suas armas
Até transforma las em flores.

Asha














domingo, 12 de fevereiro de 2017

Masculino curado


Quando encontrar um homem com o masculino curado tenha cuidado, pois será um teste para verificar a cura do seu feminino. Nada mais será como era antes. Ele não irá alimentar o seu ego.
Ele trará mudanças: irá lhe desconstruir, tirará seu chão e o seu controle, até sobre si mesma. Ele chegará e não conseguirá mandá-lo embora porque ele é a sua cura: mostrará onde precisa de mudança e arrancará de ti aquelas que tem adiado. Desafiará-lhe porque sabe que existe mais dentro de ti, sabe que tem barreiras a serem quebradas: seus medos, seus receios, suas "frescuras"...
E depois de alguns surtos internos, de não entender o que estará acontecendo, de ficar anestesiada, vai ainda tentar manter o padrão. Mas ele veio justamente para transpô-lo.
Com o passar do tempo entenderá que ele sabe se colocar, que o sexo não o manipula porque tem controle sobre seus instintos, ou melhor, transcendeu os pequenos desejos de prazer próprio.
Ele fez as pazes com suas raízes, buscou se encontrar, entregou-se para a própria missão, entrou na caverna de suas sombras e as conhece.
Ele está disposto a estar contigo para multiplicar tudo de bom que os habitam. Ele segurará sua mão, colocará-lhe em seu peito todas as noites e irá contigo até o fim do mundo.
Ele sabe que sua companheira é o reflexo exato do feminino dele que precisa de cuidado e fará o necessário pela harmonia de ambos, para trilharem juntos, lado a lado, um caminho de cura e despertar.
Encontrará em você a amorosidade que faltava nele, essa energia feminina tão preciosa e por isso ele lhe será grato: por você ser a manifestação da Lua na Terra. E você irá honrá-lo por ser o seu Sol.
Em tudo estarão juntos: amando, crescendo, buscando e encontrando em si e um no outro o sentido de uma existência plena de compartilhar.
O tempo aqui não fará sentido, pois retornarão um caminho que já trilharam, tão antigo quanto a sabedoria que carregam dentro de si. Nada externo poderá atrapalhar vocês, pois a unidade de duas energias complementares e opostas forma um encaixe perfeito para cocriar tudo que desejam.
Lindos frutos de amor, cura e despertar serão colhidos depois de semeados por tanto tempo e se espalharão ao redor.
À você, desejo este homem, pois ele é a sua cura. 

Asha (Juliana Alves T.)