Uma vez a cada ciclo lunar meu corpo resolve se livrar das impurezas físicas e psíquicas adquiridas no decorrer dos dias, as emoções ficam a flor da pele, irritabilidade ou tristeza, trazendo explosão ou introspeção.
O corpo se prepara para chegada de uma semente e não houve, ele assim expulsa o ninho preparado para essa chegada. A relação do querer e não querer gerar, seja uma criança ou um projeto, os sonhos, a conquista ou a decepção estão sendo vivenciadas no útero.
Como utilizei essa energia criativa, se a deixei fluir, através da dança,da arte, do relacionar com o outro, ou se me fechei, segurei e estanquei ela dentro de mim, tudo agora será sentido no corpo através de dores, cólicas, dores na cabeça, irritabilidade, se o ciclo foi saudável, sentirei apenas um aviso de que está em sua última fase.
Quando o momento de soltar chega, sangramos por dentro, sem poder responsabilizar ninguém pela dor ou pela alegria, pois criamos e cuidamos os próprios "filhos" (desejos) e agora o resultado é exteriorizado. Se materializa ou se dissolve, de qualquer maneira volta para Mãe Terra.Nada mais pode ser feito a não ser entregar, sentir a tudo intensamente, se aquietar e fazer esse reflexão.
“Quando estou sangrando quero ficar sozinha, sentir meu corpo, deixando ir o que precisa; Quando estou sangrando quero manter minha energia, quero hibernar e só voltar depois de alguns dias;
Quando estou sangrando quero atender as minhas necessidades apenas;
Quando estou sangrado quero meditar e sentir a conexão que esse momento me traz;
Quando estou sangrando estou na lua, no vale de minhas emoções mais profundas;
Quando estou sangrando tenho todo direito de findar tudo o que não mais quero;
Quando estou sangrando quero ficar bem dentro de mim, morrer e renascer no novo ciclo”.
Asha Juliana Alves T.
