quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Temaskal de amor


Mãe Terra recebeu me em seu aconchegante útero, escuro, úmido, quente e acolhedor.
O ar fica pesado, respiração difícil, pouco oxigênio, mas a calma faz tudo se aquietar no interior, esse elemento tão essencial, o sopro da vida passa ser a prioridade nesse momento.
Memórias da falta dele e também do excesso, a paz de não pensar e a perturbação dos pensamentos e atitudes vinda de equivocados julgamentos.

A porta se abre e agora o ar penetra as narinas e traz um pouco de frescor, logo o calor aumenta o fogo do espírito chega em um raio de sol invisível e intenso.

Celebrar o fogo, externo e o interno, a energia vital, fazer subir, despertar ... Meu corpo em chamas, o ar a aumenta las.
A kundalini percorre todo o corpo, da base ao terceiro olho, espíritos passeando em círculos dentro, seres gigantes caminhando lá fora.

Chega o momento de rezar a água, adentrar nas emoções, purificar em lágrimas e suor o sagrado feminino e o masculino, agora entregue as águas da grande Mãe.

No toque do tambor, meu coração e ventre pulsam, sou lama, sou cachoceira, sou mar, sou mãe, sou menina, sou mulher ... Um vem e vai de energia, como ondas entram e saem de mim, um êxtase preenche cada parte, cada poro, o som da lama entre os corpos, os águas do corpo e da alma se integrando, queimando e exalando cheiro de amor. 
O grande encontro do Pai Sol, com a Mãe Terra, fertilizando os sonhos, os desejos, as sementes mais íntimas.

Momento de agradecer à Terra seu presente ... Me deito e entrego, ela recebe e abençoa, mais tambor, mais canto, mais abuelas. No colo da Mãe, renasço com gosto de mel em meu lábios trazendo o doce presente de ter feito amor com o Universo.


Asha 02/01/2016












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