domingo, 1 de outubro de 2017

Renascimento de Gaia

As brumas pairavam no ar por um longo trajeto, a magia estava envolvendo, respirei profundamente e confiei em todo o processo.
No caminho, as visões mostraram me o que aconteceria, o que teria que fazer ... Meu corpo arrepiava, meus olhos enchiam se de lágrimas e sentia uma energia percorrendo da cabeça aos pés.
O dia que seguiu de preparo físico fui tomada por uma tranquilidade e centramento como se a sabedoria me respirasse.
Sobre mim sendo exigido tudo que podia dar, minha energia, meu templo, meu sangue e quase que minha vida, lembrei que já entreguei me em serviço, estava tudo certo.
Preparos, canções, altares, guirlandas, roupas, tudo digno do evento que viria, porém não estaríamos ali em essência, portais se abririam para nos levar a dimensões mais elevadas.
Chegado o momento, toda a orientação era para elevar a vibração, ficar na dimensão de amor e cura com leveza, e iniciou assim ... Lindas Fadas no jardim, borboletas, flores, elementais, estávamos no céu de Avalon.
Assim era para seguir, mas tivemos interferências, descemos para a grande batalha interna e externa de vencer pequenos prazeres mundanos.
Algumas necessidades de validação, de voltar na infância e a curar, de superar resistências na polaridade contrária, de se sobrepor aos demais, sentimentos pouco virtuosos nos arrastaram para baixo da Terra e a invasão se fez.
Me recolhi em oração e sentindo o peso da humanidade nas costas, respirava, fechava meus olhos e ouvia: - Estamos aqui, fique tranquila, fique conosco, estamos cuidando de tudo.
Equipes internas lutavam para conter, para encaminhar, para calar os reclamantes, guardiões se posicionaram, espadas e flechas, lanças e escudos.
Sustentava em meu corpo, o processo de cada uma e rogava por perdão ... Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata! Estendeu se à todas e em um coro constante saímos da dimensão umbralina em que nos colocamos por fraqueza interna.
Mãe Gaia, sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata!
Tocava a Terra como se a ativasse, em face de Deusa anciã fui coberta por seu manto lilás e guardada de todo o alvoroço ao redor. Havia uma grande guerreira cuidando do meu corpo e da minha alma e liderando tantos outros.
Depois do perdão aceito, uma canção trouxe um alento, nos deixou respirar um ar mais leve, nos levantar, chorar, cantar ... Cura, cura, cura!
As curas e processos seguiram, medicinas de nossa ancestrais, abraços, água, o fogo sagrado, abençoada seja todos os Seres presente conosco.
Encerramos em parte, algumas precisam sair, e a energia dissipar ... A sensação de que não havia acabado era persistente, fiquei em gratidão e oração.
Momento de partilha, e não pude falar, ainda não, não havia acabado ... 
Um lindo portal precisava ser aberto e nós todos transpô lo, a humanidade se elevar e em um rito de passagem entramos.
Dores, desconforto, interferência mental, a batalha recomeça, guardiã em seus postos, processos de sustentação se abriram ao redor.
Abertura em frente ao fogo, posicionamento planetário, massagens com ervas e flores, uma grande curandeira parteira conduzia o processo e outras tantas ajudam nos processos ao redor. Uma irmandade de mulheres, deusas, curandeiras, trabalhando em conjunto por nossa Gaia ...
- "Mãe que eu saiba honrar o ventre de onde eu vim, o ventre em que eu estou e o ventre que há em mim ..."
As treze matriarcas guardiãs da Terra, se colocaram em círculo e emanavam suas bençãos.
Depois de horas infinitas, de exaustão, de respiração, de limites sendo ultrapassados, um grande urro de êxtase e lágrimas de fogo fez renascer nossa humanidade. Do macrocosmos para o microcosmos, diante de nosso olhos e na palma de minhas mãos.
Nunca senti nada parecido, meu coração palpitava, a mente não acreditava e o alívio, a soltura e a respiração em paz.
Agora, eu podia falar ... Mas ainda não acabou.
No dia que se seguiu levamos para a Deusa do mar, as memórias guardadas em uma concha e honrando essa entrega final, uma linda sereia mergulha e entrega em seu colo o futuro da nossa humanidade.
O bálsamo no balanço mar, o vento sobre minha face e sensação de missão cumprida.
Gratidão por testemunhar tamanho amor divino por essa vida, esse planeta, essas pessoas, é amor de Mãe, de todas as Mães nos banhando e nos fazendo renascer.
As Brumas se fecham, estamos de volta ...

Asha
Cerimônia de Primavera 2017













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