Um tanto démodé o termo, poético e surrealista na atual "vida
contemporânea", porém tenho esbarrado por algumas delas ao longo dessa
existência fatidicamente curta e ansiosamente longa.
Primeiro encontrei uma alma gêmea social, dessas de fazer tudo o que
manda o figurino: casar, ter filhos, igreja, churrasco e futebol.
Depois me deparei com uma que me levou as alturas e também me tirou da
antiga. Incrível como podemos nos encantar com seres que nem fazem mais parte
da nossa realidade, apenas em lê-los.
Outra que sem sombra de dúvidas foi minha alma gêmea erótica, dessas que
é química pura eletrizante, soltando faíscas ao encostar, juntamente com uma
poética de gentilezas, músicas, comidas, vinhos e tudo que exale o mais esplêndido
prazer.
Em outro período encontrei uma... Ah essa vocês vão gostar, encontrei uma que
acho perfeita, está no espelho de casa, na cama de casa, nos cheiros das roupas
e por onde passa, outra dentro de mim, nos apresentamos e nos amamos, não mais
nos soltamos, embora as vezes a divida com outras “almas gêmeas”.
Podia ter ficado com essa última, mas não, a impermanência me assolou e
conheci outra bem peculiar, dessas que te viram do avesso, te levam para noite
escura da alma, dessas que te faz conhecer os céus e os infernos em questão de
segundos, tudo na mais perfeita melodia, com todos os acordes que se tem
direito.
Tudo bem, veio junto uma doce e brisa gêmea para dar força, dessas que
parecem que foram separadas no berço, mais irmã do que a sua própria, mais
amiga que suas próprias mãos, essa “alma gêmea” é uma anjo nessa terra.
Depois segue com alma gêmea musical, aquela que ama tudo o que você ama
ouvir, a alma dos passeios pelos seus lugares preferidos, a alma das mensagens
de madrugada e até a gêmea dos momentos “deprê”.
Então, ela chegou, a
tão amorosa e perfeita “alma gêmea”, onde as outras não terem perpetuado fez
todo o sentido.
Onde o oposto complementa, onde um sabe o que a outra vai falar, onde
fazer o outro feliz é tão importante quanto a própria felicidade, onde o
coração está em casa, onde a eternidade se congela em doces momentos da mais
pura presença.
Juliana Alves Teixeira